quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Teste de Gravidez (gravidade?)

Era uma Quinta-feira, seu pai estava em Criciúma já havia uns 10 dias e ia chegar de viagem tarde da noite.
Eu andava irritada porque, como sempre, minha menstruação estava atrasada e eu me sentindo absurdamente inchada. Sim Marina, mulher tem dessas coisas, mas ainda leva um tempo pra você entender.

Eu tinha certeza que não estava grávida, mas pensei que talvez, lá no fundo, alguma suspeita incomodasse minha cabeça e aí resolvi fazer um teste de farmácia, que com certeza daria negativo, pra desencanar de uma vez e menstruar no dia seguinte. Sim Marina, porque é assim que às coisas funcionam, você vai ver.

Passei no mercado pra comprar trigo de quibe e carne moída e preparar um dos pratos preferido do seu pai, aproveitei e enchi a cestinha de chocolate porque eu estava de TPM, lógico, e chocolate é fundamental nessas horas. Sim Marina, você vai descobrir que nem todos os remédios são vendidos na farmácia.

Por falar em farmácia, aproveite que no mercado tinha uma e comprei o teste de gravidez. Lembro de ter pensado que talvez aquela fosse a última vez que eu era só eu. Depois ri de mim mesma. Aquilo era bobagem, eu não estava grávida. Peguei o carro no estacionamento e fui pra casa sozinha pela última vez. Sim Marina, eu estava prestes a te descobrir, você bem sabe.

Não me lembro bem do que pensei no caminho, mas com certeza viajei imaginando todas as possibilidades que se abririam junto com aquela caixinha. Quando cheguei fui tomada por uma ansiedade enorme e me peguei dizendo que se não estivesse grávida, ficaria triste. Mas eu sabia que não estava, que bobagem! Li as instruções do teste que diziam: 2 listrinhas para positivo. Entrei no banheiro, segui as instruções e quando olhei pro palito branco duas listras pink saltaram aos meus olhos. Sim Marina, era você dando o primeiro sinal de vida!

Passaram-se uns 10 minutos enquanto eu andava de um lado pro outro sem saber o que fazer. Olhei meu rosto no espelho, chorei, gargalhei, e senti uma coisa louca correr todo meu corpo, uma emoção incontrolável! Sentei no sofá e rezei pra que seu pai chegasse logo. Chorei mais um pouco. Ri outra vez. E fui preparar o Quibe assado enquanto comia vários dos chocolates de TPM. Sim Marina, às vezes o mesmo remédio serve pra duas coisas diferentes, você vai entender.

Quando seu pai chegou eu fui invadida por uma incerteza estranha: como é que ele vai reagir? Mas bastou abrir a porta e abraçá-lo pra me lembrar, ele iria amar. Então eu contei, sem cerimônias, de uma vez, que estava grávida. Ele pediu pra ver o teste enquanto ria nervoso. Eu mostrei. Sentamos os dois no sofá e ficamos olhando a TV desligada, foi mágico, acredite! De repente cai num choro compulsivo, seu pai me abraçou e perguntou porque é que eu estava chorando, eu respondi que estava assustada. Ele disse a frase que repete até hoje quando arregalo os olhos por algum motivo: Vai dar tudo certo! Sim Marina, seu pai realmente sabe tranquilizar, espero que também funcione com você.

Daí pra frente a gente foi se conhecendo, eu e você, você e seu pai, nós 3. Ainda temos alguns meses do lado de dentro da concha, até que você resolva ver com seus próprios olhos tudo que estou te contando. É incrível. Sim Marina, você vai reconhecer quando chegar.

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