Eu sempre disse que queria ter 3 filhos.
Não porque acho suficiente, mas porque ainda tenho alguma razão em meio à tanto coração.
Um filho só eu pensava: nem pensar!
E se meu filho único casar com uma filha única? Os filhos deles não terão tios?
Uma tristeza sem fim.
Marina vai nascer com 2 tias e 1 tio.
Tão pouco se comparado aos mais de 15 que tive.
E agora já ando preocupada com uma outra questão: Marina tem só um primo e ele já tem 18 anos!
Fiquei verdadeiramente chateada quando percebi que minha filha não vai ter aquela primaiada toda igual eu tive, um monte de gente quase da mesma idade, pra passar os dias inventando brincadeiras, catando fruta no pomar, dormindo amontoado no sofá da sala depois de comer pipoca e tomar leite com chocolate.
Meus primos foram parte fundamental da minha infância. Eram eles meus melhores amigos, as pessoas que mais desejava encontrar no almoço de família, minha inspiração, meus vários irmãos.
Era isso, eu meu irmão e meus primos, um monte de irmãos.
Marina vai nascer sem primos da mesma idade. Sem irmãos. Sem pomar.
Mas com certeza não vai estar só. Vai estar rodeada dos filhos das amigas, dos filhos dos primos, e dos muitos amigos que ainda vai fazer pela vida.
Mesmo assim, decidimos hoje, eu e ela, fazer um apelo ao único ser que pode mudar essa previsão:
Tio Ricardo, arruma um primo pra Marina!
É pedir demais?
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