segunda-feira, 9 de julho de 2012

Sobre tudo e nada

Quando chega o fim de semana sempre fico me esquivando dos compromissos, evito combinar qualquer coisa só pra ter o gostinho de poder fazer nada, caso eu decida assim.
É que no Sábado e Domingo eu gosto de me sentir livre sabe? Gosto de poder decidir na hora se passeio no parque com minha filha ou se tiramos uma soneca gostosa, os três às três da tarde.
E aí dia desses arrumei um compromisso: ir no almoço de família no sítio da minha tia Sônia.
Tava tudo certo, mas bem na hora eu comecei a pensar na função que é passar 2 horas na estrada, fazer a mala da Marina, ajeitar o horário da papinha e quase desisti, quase.
Depois comecei a pensar no quanto de tempo ela fica dentro de casa, uma casa tão pequenina a nossa, com um quintalzinho de nada, e pior, nos dias de semana fica no apartamento com minha mãe... Ah nós vamos no sítio sim, minha Marina precisa ver mato, água, bicho e gente.
E foi demais.
Minha pequena foi só sorrisos o dia todo.
Pulou de colo em colo, observou cada detalhe da decoração linda que prima tinha feito, abraçou as crianças, tirou um cochilo gostoso, levou 3 picadas de borrachudo e nem ligou, comeu maçã no colo da tia Mariza, dormiu durante toda a viagem e me fez ainda mais orgulhosa.
Pena que estes momentos são raros.
Eu adoraria que minha pequena tivesse uma infância parecida com a que tive, catando cigarra nas árvores ao entardecer, andando de bicicleta por toda a cidade, jogando queima no meio da rua, fazendo piquenique embaixo de uma árvore qualquer, tomando geladinho vendido na rua dentro de uma caixa de isopor... Mas será que dá?
Moramos em um bairro bem tranquilo, mas ainda assim não se compara com a minha infância lá no "camorão". Eu podia sentar no meio fio às 9 da noite com os vizinhos e jogar bugalha, será que hoje em dia uma criança pode ficar na rua depois que já escureceu? Será que pode ficar durante o dia?
É uma pena que esse mundão de Deus vai ficando cada vez mais perigoso.
É uma pena que as pessoas vão vivendo cada vez mais nos facebooks da vida.
É uma pena que um jogo de videogame seja infinitamente mais interessante que uma pipa colorindo o céu azul.
Como faz pra criar filhos livres se a gente tá cheio de medo e insegurança?

com a prima Carol no sítio

Um comentário:

  1. Eu já reli três vezes este post. Tocou-me, sensibilizou-me.
    Gostaria que você lesse o que escrevi a respeito ( te mandei um e-mail )
    Qualquer problema me avise. Bj

    http://abrindoclareiras.blogspot.com.br

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