Quando estava grávida ouvi muito conselho (pra não dizer pitaco) e esperei da maternidade o pior. Na verdade esperei algo que não tem nada a ver com a experiência que estou vivendo.
Esse primeiro mês foi assustador, nos dois primeiros dias em casa senti como se tivesse sido transportada pra um outro planeta, um lugar que eu não conhecia, uma vida onde eu não era eu e nada do que sentia era conhecido. Foi no fim da primeira semana que percebi meus ombros voltarem ao normal (sendo que meu normal é um pouco tensionado) e que consegui escovar os dentes depois das três principais refeições. Tudo parecia surreal.
Junto com o trabalho, a preocupação, a responsabilidade e a dor nas costas surgiu também um amor absurdo, incondicional, dolorido. Um amor tão grande que inflou meu peito e me fez chorar dias seguidos cada vez que olhava minha Marina.
Depois a coisa vai ficando familiar, e não existe melhor palavra pra definir.
Conforme passavam os dias meu medo de não conseguir foi virando eu posso até se transformar em ninguém melhor que eu pra ser mãe da minha filha.
As coisas que ouvi na gravidez não me serviram muito, na verdade quase nada, e tudo começou a fluir quando decidi seguir meu instinto. Parece óbvio, mas diante da primeira dificuldade fiquei tentada a obedecer a enfermeira do berçário, a pediatra número 1, a mulher do banco de leite, a amiga de uma amiga, a pediatra número 2, a vizinha, a mulher do amigo que tem 4 filhos, e simplesmente esqueci de mim, da minha filha, e de tudo que somos capazes de dizer uma pra outra.
Quando lembrei de nós duas, fui mãe.
E deixei que Marina me ensinasse tudo, como só os filhos sabem fazer.
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