Os quatro radiante de felicidade porque a pequenina não precisou do tal banho de luz.
A "tiriça" era pouca e só um banho de sol todos os dias já resolveria o problema da minha recém nascida. Ufa!
Sair do hospital com minha Marina vestida de vermelho e mostrar a ela sua casa pela primeira vez era incrível, tanto que choramos na sala, Ro e eu com a princesa nos braços. Lindo.
Mas eis que chega a noite e a coisa começa a se complicar.
Marina chorava muito, cada vez mais, mais alto, mais tempo, mais forte.
Bebês choram. Era o que eu me dizia o tempo todo.
O tempo todo não, nos intervalos entre uma mamada e outra, uma troca de fralda, um embalo.
E assim seguimos, tentando fazer o certo enquanto a bebê dizia que algo estava errado.
É tão difícil perceber o óbvio quando o seu peito está rachado. Tão rachado que você tenta usar um bico de silicone a fim de aliviar a dor, e depois da mamada vê um pedaço do seu mamilo dentro do plástico. No peito só um buraco, sangue e pus.
E Marina chorando. E eu também.
Mas mesmo molhando a cama de suor cada vez que tinha que dar o peito direito, eu seguia em frente! Minha filha iria mamar no peito, e só no peito, até os seis meses.
Aí veio a mastite, e começamos a passar as tardes no banco de leite fazendo massagem pra diminuir as pedras. Tive que tomar antibiótico e parar de oferecer o peito machucado. Ficamos só com um.
Enquanto isso o choro da minha menina ficava cada vez mais estridente, e eu desesperada comprei uma lata de leite. Todos diziam que era fome, eu não podia concordar, afinal vivia com a cria na teta. Mas aí, pra tirar a teima resolvemos dar uma mamadeira, e Marina tomou tudo depois dormiu como nunca havia feito.
Hum... Talvez fosse fome.
Perguntei o que fazer para a pediatra e ela disse pra aumentar o número de vezes que dava de mamar. Fiz isso e logo em seguida, 3 dias depois de acabar o antibiótico, tive mastite no outro peito.
Não adiantou nada, na hora de pesar minha filha a balança não apontava nenhum ganho de peso.
Começamos a dar o leite de lata como complemento. E Marina dormia! E eu também! E já era possível ver uma luz no fim do túnel.
Depois de três dias minha garota tinha 200 gramas a mais, fantástico!
Quando me dei conta de que tinha deixado minha filha passando fome tanto tempo fiquei muito triste, senti que minha obsessão com essa coisa do "tenho que dar o peito, só o peito" era uma vaidade minha, uma vontade de provar pra mim mesmo que podia ser uma mãezona, um "tem que ser assim" que me deixou cega, sem ver o que acontecia bem diante do meu nariz, nos meus braços.
Agora as mamadas são de 10 minutos no peito bom (o outro nunca mais voltou ao normal, desenvolvi um cisto atrás do mamilo que impede o bebê de abocanhar corretamente) e uma mamadeira cheia de leite em pó.
Marina tá enorme, esperta, crescendo com muita saúde.
Me ensinando como viver todos os dias.
Sem neuras.
Com amor.
Oi Letícia ser mãe realmente é um aprendizado. Muito legal seu depoimentos. Agora!! Estou com saudades da Marina, coloco uma fotinha aqui dela. Bjs
ResponderExcluirElaine