Dia desses percebemos uns cachinhos tímidos na cabeça da Marina, eu fiquei super empolgada: Quem sabe o cabelo dela não é igual ao meu?
Mas logo vieram uns comentários esquisitos, do tipo: "ixi, parece que o cabelo da Marina tá enrolando, e agora hein?"
Essa bobagem que deveria ter entrado por um ouvido e saído pelo outro me fez o favor de parar no meio do caminho.
Indignei! Estamos em 2013 e as pessoas continuam achando que cabelo enrolado, cacheado, crespo ou qualquer outro nome que se dê por aí é cabelo ruim.
Ruim de que?
Eu nasci de cabelo liso, e tive os fios escorridos até uns 12 anos de idade. Chorava de raiva, nem uma presilha parava e eu cheguei a fazer um permanente que durou apenas o fim de semana. Nessa época o cabelo mais lindo que eu conhecia era o da minha prima Carola, uma cascata de cachos castanhos.
Não sei se porque, de um dia para o outro, meu cabelo desandou. Não era mais liso, mas também não tinha os caracóis dos meus sonhos.
Foi uma fase de transição meio esquisita, eu não sabia como lidar com os fios e continuava passando pente fino nas madeixas. Um desastre.
Depois de um tempo tentando me acertar, resolvi fazer o que minha prima fazia, lavava o cabelo, passava condicionador e amassava os fios com um pouco de creme sem enxágue.
Foi funcionando, e logo meu cabelo novo tomou forma e virou cabelo enrolado. Genética? Hormônios? Reza brava? Sei lá, só sei que foi assim, e se eu tivesse um scanner disponível colocava umas fotos aqui pra vocês verem que engraçado. Quem sabe um dia.
Eu não sou do tipo ADORO meu cabelo, mas isso não tem a ver com o formato que o fio tem, e sim com a falta de cuidado de minha parte, passo descolorante, demoro pra cortar as pontas e faço hidratação uma vez no ano. Acho que mereço uma cabeleira desgrenhada.
De uns tempos pra cá os cachos foram perdendo definição, e passada a gravidez eles ficaram mais ondulados e menos enrolados.
Tá bom também.
Mesmo com esse histórico capilar conturbado nunca achei que cabelo de tal jeito fosse feio, cabelo de outro jeito é que é bonito, pra mim não importa muito o tipo, comprimento ou a cor, existem cabelos lindos de tudo quanto é jeito.
Mas parece que a coisa não funciona assim pra todo mundo.
Muita gente crescida, estudada e bonita continua associando a peruca com o staus.
Uma pena. Uma vergonha.
Espero que minha filha não se deixe levar por esse tipo de comentário bobinho, torço pra que ela tenha opinião própria, e espero que se algum dia ela resolver mudar de enrolado pra liso, preto pra loiro, ou longo pra curto seja simplesmente porque prefere assim, e não porque se sente inferior da forma que é.
As pessoas deveriam se preocupar um pouco mais com o que têm do lado de dentro da cabeça.
Educação, gentileza, bom humor e um tiquinho de inteligencia fazem pessoas tão lindas quanto um cabelo perfeitamente liso.
Lê, cabelo hoje parece uniforme: tudo na chapinha!
ResponderExcluirEu sou totalmente encaracolada, desgrenhada assumida.
Minha filha tem uma amiga na natação de uma beleza atípica: cabelo afro e loiríssimo. Aos quatro anos ela sofre horrores porque na escola riem dela e dizem que ela não pode ser da turma porque não tem cabelo longo e liso. Pode?
Ah! Eu também era lisa, tive uma fase de transição e acordei cheia de caracóis. Adoro!
Lê! Seus posts são ótimos! Você arruma assuntos inimagináveis do cotidiano que me fazem pensar: "como ela teve a ideia de escrever isso?" E acredite, 90% deles me fizeram encher os olhos de lágrimas e outros 5%, escorrer um chorinho, de verdade. Sobre os caracóis, mais uma vez, acho que você está certíssima! A culpa das meninas não gostarem de seus cabelos enrolados, na maioria das vezes, é da própria mãe, que desde cedo passa isso pra criança, sem dar à ela a opção de poder gostar, ou não. Meu cabelo é enrolado (hoje um pouco menos, infelizmente) e de meus irmãos também e minha mãe sempre nos ensinou a gostar dele, assim. Achar lindo, assim. Se sentir lindo, assim. Se aceitar, assim. E ser feliz, assim!!! Tem coisa melhor?!? Beijos, bom ano pra vocês! Família linda! Maria F. Mazzer
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