terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Esperando acordada

Quase 9 meses e não posso reclamar da minha gestação.
Tive um pouco de enjoo no começo, mas nada horroroso, aliás foi até bom porque o mal estar me fez dar preferencia a frutas, saladas e muitos alimentos frescos. Foi assim até chegar no 4º mês, e graças a essa alimentação super saudável e as aulas de pilates engordei apenas um quilo neste período. 
Também tive muito sono no comecinho, muito sono mesmo! Eu que nunca fui dorminhoca me transformei em uma pessoa que cochilava enquanto conversava, um absurdo. O pior era trabalhar em frente ao computador, tinha que fazer um esforço enorme pra não derrubar a cabeça em cima do teclado.
Mas passado os 3 primeiros meses tudo ficou perfeito, nenhum incômodo, continuei me exercitando, a barriga crescendo aos poucos, e uma euforia louca tomando conta de mim enquanto você se mexia. Foi assim até o 7º mês.
Depois disso fiquei cansada, nada extremo, mas acabei trocando as aulas de pilates por drenagem, minha barrigona aumentou de uma hora pra outra e tive umas oscilações de humor cabulosas. Tudo isso junto com algumas estrias, 8 quilos a mais e uma bronca da obstetra por ter engordado 3 quilos e meio em um só mês. Pode parecer uma futilidade, mas essa coisa da estética, de ver o corpo se transformando tão rapidamente gera vários conflitos na cabecinha da gente. Eu nunca fui magrela, sempre briguei com a balança pra manter um peso decente, e na verdade pensava que quando engravidasse me transformaria em uma balofa. Não foi bem assim, muitas vezes eu olho no espelho e me acho uma grávida bem bonitinha, mas existem os dias em que tudo vira do avesso, e no decorrer desse 7º mês eles foram maioria. 
Quando cheguei no oitavo mês fiz mais um ultrassom. Marina estava perfeita, grande e saudável, tudo que uma mãe pode desejar! Fiquei super feliz, estava me sentindo bem outra vez, e fui na médica levar os exames, na hora de subir na balança uma surpresa desagradável: 4 quilos a mais! Achei um absurdo já que naquele mês eu havia prestado atenção na minha alimentação, não estava exagerando nos doces e o mais incrível, tinha aprendido a admirar minhas novas formas. Levei um esporro e saí de lá chorando. Depois chorei muito mais por ter passado a consulta inteira me lamentando enquanto minha filha linda estava se desenvolvendo super bem. E assim foi todo esse mês, um drama.
Junto com toda essa novela, comecei a ter os primeiros dias de inchaço, é um saco porque além daquele pé enorme a coisa é incômoda, formiga e te faz sentir pesada. 
E você deve estar pensando que eu sou louca porque disse que não tinha motivos pra reclamar da minha gestação, mas a verdade é que nada disso tem grande importância sabe? E apesar de passar algumas horinhas de nervoso o mal estar é rápido e logo me sinto preenchida por um amor tão verdadeiro, tão único, que me faz rir da minha mão pão de batata.
Essa noite foi a mais estranha desde o teste de gravidez. Tive muita azia, imagino que isso deve acontecer porque minha filha já ocupa um grande espaço na minha barriga, mas ao mesmo tempo em que sentia um fogo na boca do estômago também me divertia acariciando os pezinhos dela que se mexiam de um lado pro outro. Quase não dormi por causa do refluxo. Às cinco da manhã me levantei e fui fazer um chá pra ver se me acalmava, me sentei no sofá com a caneca fumegante, as mãos sempre na barriga, e comecei a pensar nos dias que virão e que passarei as noites em claro preocupada com você, te alimentando, ouvindo seu choro...
Rezei, e dei graças a Deus por esse presente tão grande.
Pode vir, não vejo a hora de acordar (ou não dormir) pra ver você!



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