quarta-feira, 4 de junho de 2014

Pro seu pai, Marina

Eu te amo, e você nunca esquece
Mas parece que às vezes a gente se deixa
Não que estejamos perdidos, veja bem, nos encontramos sempre 
Quase todas as noite, depois que Marina dorme
Temos um pouco de tempo
Mas precisamos dar conta da louça, juntar os brinquedos, lavar os cabelos
E depois somos um do outro
A não ser que a gente prefira dormir
O que acontece muito
Mas não se culpe
E já faço isso, por nós dois
Acredite, lamento a falta de energia
E agradeço, de olhos fechados, por ter seu braço como travesseiro
Por me admirar cansada
Por esperar que eu acorde disposta
Bem.

Você me ama, e eu nunca esqueço
Mesmo quando te deixo falando sozinho
É por amor
Porque preciso evitar que Marina enfie o grampo na tomada
E que quebre os poucos copos que restam
E que caia de cima da estante
Eu volto, assim que colocar um desenho que ela goste
E se for possível gostaria que você terminasse de contar o que começou a falar ontem
Eu me lembro
Te peço, seja paciente
Preciso da sua calma, aquela de anos atrás
Que equilibrava minha ansiedade com perfeição

Lembra da gente?
Eu sim,
E queria te encontrar hoje a noite
Prometo, vou tomar um café bem forte
E lavar o rosto com a água gelada
Porque quero te ver direito
Por uma hora ou mais
Quero saber do seu dia enquanto mexo nos seus cabelos
E te mostrar que ainda estou aqui
Aos pedaços
Esperando você me juntar.



3 comentários:

  1. MUITO LINDO... muito verdadeiro... parabéns Lê. sempre me emociono com suas palavras e acho a Marina uma sortuda porque vai ter esse presentão que é todo o seu amor, dedicação e auto doação traduzidos em palavras.

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  2. Lê que texto mais lindo, tão verdadeiro, tão realidade né! <3
    adorei de verdade, posso compartilhar no facebook?

    beijos e vcs..

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    1. Oi Renata, obrigada querida! Pode compartilhar o quanto quiser, beijo grande :)

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